Sobre solidão e liberdade...

Eu costumava andar em grupo na escola. Desde o ensino fundamental, eu era parte de algo, ainda que fosse somente um trio. Entretanto, na faculdade, percebi que aos poucos me desgarrava. Fosse por culpa da depressão ou da maturidade, o interesse em dividir amenidades ficou escasso. Não que eu não fale do clima, da política ou do futebol, divago também sobre a vida e a morte, e até sei quais são os filmes e músicas do momento. Mas criar vínculos em cima disso deixou de ser necessário, aparentemente.
Sempre tive poucos amigos. Costumava dizer que tinha poucos e bons. Talvez isso também tenha mudado. Deixei de ser a pessoa que andava e conversava sempre com as mesmas pessoas e que corria atrás do que pensava ser as boas amizades. A perspectiva mudou.
Hoje, falo com muita gente. Conto um pouco pra cada, distribuo um punhado de amenidades quase que igualmente entre aqueles que chamo amigos. Mas, no fim do dia, o vazio é quem me preenche e inunda. E isso não é ruim. É uma sensação muito mais prazerosa perder o medo de não pertencer ou de não se encaixar. Perder a obrigação de ligar ou mandar uma mensagem. O que chamo de vazio aqui, na verdade, tem muito conteúdo. É a paz de se saber sozinha e saber o que fazer com isso.

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